O Mês da Bíblia

O Mês da Bíblia, criado em 1971, tem contribuído eficazmente para o crescimento da animação bíblica de toda pastoral.

A Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-catequética da CNBB definiu que no quadriênio 2012-2015 seriam estudados os evangelhos de Marcos (2012), Lucas(2013) e Mateus conforme a sequência do Ano Litúrgico, completando com o estudo de João em 2015.

Com o tema "Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus" e o lema: "Ide fazer discípulos e ensinai" (Mt 28, 19-20). O Mês da Bíblia deste ano quer responder ao convite de sermos "discípulos missionários" da Conferência de Aparecida, à necessidade de uma "Nova Evangelização" proposta pelos Papas João Paulo II e Bento XVI e ao insistente apelo do Papa Francisco de sermos "Igreja em saída".

Para Mateus Jesus é como um grande mestre que ensina, forma os Doze, e os trata como discípulos. Eles, por sua vez, se tornarão mestres e continuarão a mesma missão.

A missão ao serviço da qual o Ressuscitado envia os seus discípulos é missão de ensinamento que ultrapassa, porém, a simples instrução. Fazer discípulos supõe um processo dinâmico e permanente, do qual, o próprio Jesus foi o Mestre: saindo, caminhando, visitando, encontrando, conversando, chamando ou convidando, instruindo, formando no dia-a-dia, enviando em missão e avaliando depois, acompanhando a cada passo do caminho, vivendo o que pregava, confrontando, reunindo, celebrando,oferecendo experiências de dor/sofrimento e de alegria/glória, orando pelos discípulos, e dando, enfim, a própria vida por eles.

A missão de fazer discípulos inclui a formação da comunidade, da Igreja, que se reúne em nome de Jesus (Mt 16, 18;18, 17-20). Duas são as atividades iniciais, indicadas pelo mesmo Ressuscitado, que levam à formação da comunidade: o batismo e a instrução cristã ou catequese. Ambas devem conduzir à prática de uma ética coerente com a nova justiça.

Nesta visão de Igreja, Mateus faz a sua reflexão sobre a Igreja dos pobres, a comunidade dos Pequeninos, dos verdadeiros discípulos de Jesus (Mt 10, 42; 18,6), daqueles que são capazes de renunciar ao ídolo da riqueza para confiar no único Senhor (Mt 6, 24; 18, 21).

Que Maria, a Virgem da escuta e da contemplação da Palavra, nos ajude a sermos autênticos discípulos/as e missionários/as de Jesus Cristo "para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz" (Evangelii Gaudim, 288).

Dom Giovanni Crippa, IMC

Bispo de Estância

(Apresentação dos Círculos Bíblicos 2014 do Regiomal Nordeste 3)