Estância,
30 de novembro de 2014
Queridas
Irmãs,
Por ocasião do
Ano da Vida Consagrada (30 de novembro de 2014 a 2 de fevereiro de 2016),
proclamado pelo Papa Francisco, escrevo-vos não somente como Bispo, mas “como
vosso irmão, consagrado a Deus como vós”[1].
Antes de
tudo, quero agradecer-vos pelo vosso testemunho em seguir Jesus na pobreza que
vos torna capazes de acolher, na castidade que vos torna livres para amar, na
obediência que vos torna disponíveis para escutar e acompanhar os irmãos e as
irmãs; enfim, pelo vosso testemunho de vida fraterna e de oração.
A Vida
Consagrada é um sinal indispensável para a vitalidade da Igreja, o testemunho
eloquente de uma vida realizada no dom de si e no serviço aos irmãos.
Como lembra
Papa Francisco, os consagrados e as consagradas são “homens e mulheres que
podem acordar o mundo e iluminar o futuro”[2].
Não são somente os vossos compromissos pastorais, sociais e educativos a serem
preciosos para a Igreja e para a sociedade, mas, sobretudo, a alegria que os
alimenta e que nasce do seguimento de Jesus Cristo.
O vosso
estilo de vida, portanto, deve se tornar sempre mais uma profecia e uma
provocação. “O Ano da Vida Consagrada questiona-nos sobre a fidelidade à missão
que nos foi confiada. Os nossos serviços, as nossas obras, a nossa presença
correspondem àquilo que o Espírito pediu aos nossos Fundadores, sendo adequados
para encalçar as suas finalidades na sociedade e na Igreja atual? Há algo que
devemos mudar? Temos a mesma paixão pelo nosso povo, solidarizamo-nos com ele
até ao ponto de partilhar as suas alegrias e sofrimentos, a fim de podermos
compreender verdadeiramente as suas necessidades e contribuir com a nossa parte
para lhes dar resposta?”[3]
Atendendo aos
apelos do Papa Francisco, convido-vos a vos deixar interrogar por Deus e pela
humanidade, a “sair”, a ir sempre mais ao encontro das periferias geográficas e
existenciais, inserindo-vos sempre mais na caminhada da nossa Igreja
Particular.
Queridas consagradas,
pela vossa vocação, Deus vos colocou como “a cidade sobre a montanha” (Mt
5,14), chamada a ser sinal. Que a vossa presença no meio de nós seja sempre um
testemunho que diga que vale a pena nortear a nossa existência naquele que é o
Caminho, a Verdade e a Vida, a nossa Plenitude e a nossa Alegria.
A Nossa
Senhora de Guadalupe, “discípula missionária” do seu filho Jesus, confio a vida
de cada uma das vossas Famílias Religiosas, pedindo que o “Fiat” dela continue ecoando
no vosso ‘sim’.
Fraternalmente,
vos abençoo,
Dom Giovanni Crippa, I.M.C.
Bispo de Estância
[1] FRANCISCO, Carta Apostólica
Às pessoas consagradas, para proclamação do ano da vida consagrada
(21 de novembro de 2014).
[2]
FRANCISCO, Discurso à União dos
Superiores Gerais (29 de novembro de 2013).
[3] FRANCISCO, Carta Apostólica
Às pessoas consagradas, para proclamação do ano da vida consagrada
(21 de novembro de 2014).