segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Carta às Consagradas por ocasião do Ano da Vida Consagrada

Estância, 30 de novembro de 2014

 

 

Queridas Irmãs,

Por ocasião do Ano da Vida Consagrada (30 de novembro de 2014 a 2 de fevereiro de 2016), proclamado pelo Papa Francisco, escrevo-vos não somente como Bispo, mas “como vosso irmão, consagrado a Deus como vós”[1].
Antes de tudo, quero agradecer-vos pelo vosso testemunho em seguir Jesus na pobreza que vos torna capazes de acolher, na castidade que vos torna livres para amar, na obediência que vos torna disponíveis para escutar e acompanhar os irmãos e as irmãs; enfim, pelo vosso testemunho de vida fraterna e de oração.
A Vida Consagrada é um sinal indispensável para a vitalidade da Igreja, o testemunho eloquente de uma vida realizada no dom de si e no serviço aos irmãos.
Como lembra Papa Francisco, os consagrados e as consagradas são “homens e mulheres que podem acordar o mundo e iluminar o futuro”[2]. Não são somente os vossos compromissos pastorais, sociais e educativos a serem preciosos para a Igreja e para a sociedade, mas, sobretudo, a alegria que os alimenta e que nasce do seguimento de Jesus Cristo.
O vosso estilo de vida, portanto, deve se tornar sempre mais uma profecia e uma provocação. “O Ano da Vida Consagrada questiona-nos sobre a fidelidade à missão que nos foi confiada. Os nossos serviços, as nossas obras, a nossa presença correspondem àquilo que o Espírito pediu aos nossos Fundadores, sendo adequados para encalçar as suas finalidades na sociedade e na Igreja atual? Há algo que devemos mudar? Temos a mesma paixão pelo nosso povo, solidarizamo-nos com ele até ao ponto de partilhar as suas alegrias e sofrimentos, a fim de podermos compreender verdadeiramente as suas necessidades e contribuir com a nossa parte para lhes dar resposta?”[3]
Atendendo aos apelos do Papa Francisco, convido-vos a vos deixar interrogar por Deus e pela humanidade, a “sair”, a ir sempre mais ao encontro das periferias geográficas e existenciais, inserindo-vos sempre mais na caminhada da nossa Igreja Particular.
Queridas consagradas, pela vossa vocação, Deus vos colocou como “a cidade sobre a montanha” (Mt 5,14), chamada a ser sinal. Que a vossa presença no meio de nós seja sempre um testemunho que diga que vale a pena nortear a nossa existência naquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, a nossa Plenitude e a nossa Alegria.
A Nossa Senhora de Guadalupe, “discípula missionária” do seu filho Jesus, confio a vida de cada uma das vossas Famílias Religiosas, pedindo que o “Fiat” dela continue ecoando no vosso ‘sim’.

Fraternalmente, vos abençoo,



Dom Giovanni Crippa, I.M.C.
Bispo de Estância



[1] FRANCISCO, Carta Apostólica Às pessoas consagradas, para proclamação do ano da vida consagrada (21 de novembro de 2014).
[2] FRANCISCO, Discurso à União dos Superiores Gerais (29 de novembro de 2013).
[3] FRANCISCO, Carta Apostólica Às pessoas consagradas, para proclamação do ano da vida consagrada (21 de novembro de 2014).

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